NA ESTRADA COM O REGGAE

NA ESTRADA COM O REGGAE

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

CACIQUE SEPÉ TIARAJU


Sepé Tiaraju, caudilho herói da história Rio-grandense. Cacique valente, bravo, líder possuidor de inúmeras habilidades e de grande inteligência. Sepé estava predestinado a desaparecer e ter uma morte triunfante.O caudilho Sepé possuía características não só transcendentais, mas humanas, sempre simbolizou um exemplo de amor à terra nativa. Os brius de Sepé como cacique herói estão ligados a revolução contra os impérios espanhol e português. Os índios defendiam as suas próprias terras. O herói Sepé Tiaraju possui características de um herói branco, com valores da sociedade branca, demonstrando um sadio patriotismo como cacique herói.Em 1750 os pampas rio-grandenses já despertavam interesse dos colonizadores. A Espanha já tinha se aliado aos colonizadores e com as Missões Jesuíticas. Os índios foram levados às reduções, eram fortes para a organização, mas fracos para defenderem-se.Faltava-lhes a defesa natural, as matas, os rios e os cerros. A Espanha protegia os índios através do Tratado de Madrid de 1750, que entregava todo o território das Missões para Portugal e em troca recebia os campos da Colônia de Sacramento, hoje Uruguai.O desenvolvimento das missões provocava espanto nas cortes européias, que se sentiam ameaçadas em perder o controle da situação. A criação da Colônia de Sacramento, em território espanhol, nunca foi admitida. Com o Tratado de Madrid estabeleceu-se novo limite entre as terras de Portugal e Espanha na América, trocando assim a Colônia de Sacramento pelos Sete Povos, localizados no Uruguai. A reação dos missioneiros provocou a Guerra Guaranítica, contra os exércitos unidos de Portugal e Espanha. Milhares de índios, catequizados pelos jesuítas espanhóis, habitavam as Missões. Conforme o tratado, todos os habitantes das Missões tinham que deixar suas terras e se mudar para o território espanhol. Os jesuítas interferiram, aconselhando aos índios que se mantivessem tranqüilos. Os índios se revoltaram porque as tropas espanholas e portuguesas estavam por perto. O padre Balda pediu novamente que os índios mantivessem a calma e saíssem em paz, construindo novas casas e plantando novas lavouras. Sepé Tiaraju, um índio muito forte, pediu perdão ao jesuíta e disse que era obrigado a lhe desobedecer. Não permitiria que seu povo entregasse aos portugueses o fruto de tantos anos de trabalho. Assim os índios não saíram. Sepé prometeu, que, no dia seguinte atacaria o inimigo, acompanhado de quinhentos homens.No dia seguinte, eles partiram a cavalo ao encontro do inimigo. Deu-se o combate entre índios e soldados. Foi uma luta rápida. Pouco valeu a coragem e o desprendimento de Sepé Tiaraju, diante do número de inimigos. Os atacantes quase foram exterminados. Os poucos sobreviventes fugiram e Sepé foi preso. Jussara, sua namorada, foi avisada, desesperou-se.No cativeiro Sepé foi arrastado e mandaram o índio beijar a mão do general. Ele recusou. E disse: "Ninguém me obriga a beijar a mão de outro homem, pois eu é que sou o dono destas terras". O general ficou bravo e fingiu-se amigo do índio, oferecendo-lhe fumo. Sepé recusou. O general queria saber onde estavam escondidos os cavalos dos seus guerreiros. Prometeu até liberdade para o índio. Sepé lhe respondeu: "Não preciso esmolar liberdade". Rápido como um raio, o índio escapou. Nas Missões, o povo vibrou de alegria.Alguns dias depois, como os índios não tinham deixado as Missões, e o prazo estava esgotado, as tropas portuguesas e espanholas se juntaram para expulsar os desobedientes. Sepé assumiu a chefia de sua gente. Os guerreiros corriam para os preparativos da guerra. Preferiam morrer a entregar suas terras. Sepé despediu-se de Jussara e partiu com seus guerreiros. Montado em seu cavalo, na mão direita a lança e na cabeça, o cocar de plumas multicor. Ele, muito inteligente, sabia que o inimigo era mais forte e preferiu a luta de emboscada. Sepé era visto em toda à parte, lutava com todas as forças, mas o inimigo era poderoso. As balas dos atacantes eram respondidas com suas flechas. Caíam homens dos dois lados, ai veio o combate corpo a corpo, índios e brancos confundiam-se no ardor da peleja. Os portugueses queriam as terras, recusavam-se a compreender o amor que os índios tinham ao lugar. O combate continuou. Os índios lutavam com ardor, sempre se sobressaindo a figura corajosa do índio Sepé Tiaraju. Lutava sem temor. O inimigo percebeu que ele era o coração de seus guerreiros e resolveram ataca-lo. O guerreiro enfrentou corajosamente dez atacantes e um deles conseguiu atingi-lo com a lança. Ferido, agarrou-se ao pescoço do cavalo, mas tudo escureceu, seus braços não suportavam mais e ele caiu no chão, quase morto. Um soldado aproximou-se, apontou uma arma e atirou. SEPÉ ESTAVA MORTO. Deixara de existir o defensor dos povos das Missões, no dia 07 de fevereiro de 1756.Os índios olhavam para o céu e enxergavam um cavaleiro galopando um cavalo de fogo, envolto por uma luz azulada, empunhando uma lança, era Sepé, indo ao encontro de Tupã.Depois que ele morreu, os índios perderam a vontade de lutar e o inimigo atacava sem cessar. Os poucos índios que escaparam, fugiram para o mato. Vitoriosa as tropas marcharam para as Missões. O povo reuniu o que sobrou e partiu de cabeça baixa. Lamentavam e com olhares tristes, miraram pela última vez suas plantações, suas ocas e suas terras.Sepé Tiaraju morreu moço, mas deixou o exemplo de amor e defesa de sua terra. Ele foi o símbolo de uma luta e hoje o seu nome é muito mais do que uma lenda. Tiaraju foi o grande líder ideológico do povo.Sepé, teu sangue quente fertilizou a terra, fortaleceu a alma desta gente que te guarda no coração. Fostes, do Rio Grande, o fiel Guardião.
O Rio Grande do Sul cresce e se fortalece conhecendo suas próprias raízes. Temos dores, amores, felicidades e conquistas. Fortaleça e valorize suas raízes. Paz & Luz.